A busca pela simplicidade Três versos de “East Coker”, a segunda parte do longo poema “Four quartets”, servem de epígrafe ao novo livro de Adriana Lisboa. “E o que você não sabe é a única coisa que sabe / E o que possui é o que não possui / E onde está é onde ..
À primeira vista, “Formas de voltar para casa” é um inventário íntimo dos efeitos da ditadura sobre a infância. Com a habitual elegância descritiva e uma prosa que dispensa badulaques, Alejandro Zambra ilumina o silêncio da maioria: aqueles que, sob o governo militarizado de Augusto Pinochet, simplesmente tocaram suas vidas, mantendo distância dos acontecimentos políticos.
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O olhar portenho de Roberto Arlt sobre o Rio de Janeiro Ao ver uma série de fotos do velório de Robert Arlt, Ricardo Piglia detém-se no retrato do caixão pendurado por cabos. O corpo, grande demais para passar pelo corredor, teve que ser retirado pela janela por meio de uma engrenagem de cordas e roldanas. ..
O tempo no retrovisor O segundo livro de uma trilogia é quase sempre um pouco refém do título que inaugurou a série. Ainda que à revelia do autor, a comparação é praticamente irresistível. “Maçã envenenada” chega às livrarias, portanto, sob a sombra do magnífico “Diário da queda”, com o qual Michel Laub iniciou a tríade ..
O moto-contínuo narrativo do português João Tordo O protagonista é um escritor frustrado. Sem grana ou sucesso, hipocondríaco, deprimido. E coxo, como o Dr. House da série televisiva, a quem faz questão de referenciar mais de uma vez. Lá vem mais uma enfadonha sequência de digressões sobre a penosa vida do ficcionista, poderia imaginar o ..
Matéria de salvação “Eu sou esquizofrênico”, avisa o narrador de O esquizóide – O coração na boca logo na primeira frase do livro. Estabelecendo uma analogia com a condição do próprio autor, a confidência serve como ponto de contato inicial com os dois romances anteriores de Rodrigo de Souza Leão. Outros virão ao longo das ..
O insólito com sangue, mas sem afeto Na contracapa de “Os anões”, nova seleta de contos de Veronica Stigger, o escritor mexicano Mario Bellatin observa que uma das características do livro contemporâneo é ser, “antes de uma leitura, uma experiência”. A Cosac Naify parece concordar. Desde 2005 – quando lançou “Bartebly, o escrivão”, de Herman ..
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