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A menina que perdeu as cores

A menina que perdeu as cores

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  • Editora Pallas
  • 2013
  • ISBN 978-85-347-0499-1
  • Português
  • 36 Páginas

Ilustrações: Anabella López

As cores são as primeiras coisas que os olhos das crianças são capazes de distinguir. Uma das mais fortes experiências de interação visual com o mundo que as cerca e, antes mesmo de saber seus nomes, elas já estão por lá associadas ao céu, ao Sol, aos brinquedos e aos bichos.
Uma vez que as crianças aprendem a associar os nomes das cores com as coisas do mundo, pulam para uma outra fase onde coisas ganham significado.
Mas o que aconteceria se uma dessas crianças perdesse a capacidade de reconhecer essas cores? Qual significado teria todo esse mundo pronto para ser colorido de novo?
Em  A menina que perdeu as cores, o jornalista e escritor carioca Marcelo Moutinho nos fala de uma menina que de um dia para outro passa a perceber o mundo sem as cores. Tudo vira um quadro sem graça e assustador em tons de cinza, preto e branco. Depois de partir em busca da beleza do seu arco-íris particular perdido, ela descobre outra maneira de perceber o mundo e aprende com alegria a usar o pincel da sua própria vida.
Se imaginar é fazer existir, quem sabe essa menina nos ensine um pouco a colorir o caminho das crianças de todas as cores e tamanhos?
As ilustrações são da Anabella López. Ela nasceu em Buenos Aires, um lugar de lindas cores, e já trabalhou como ilustradora em livros publicados no México, Argentina , Brasil e Portugal.


Marcelo Moutinho é escritor, jornalista e já pintou com palavras diversos livros publicados no Brasil.

Quando se tocou disso, a menina percebeu que não estava sonhando. Que, desde o instante em que se levantou da cama, tudo realmente tinha perdido a cor.

      Da parede do quarto, o verde sumiu.

      O aquário estava cinza, em vez de azul.

No início, a menina pensa que é um sonho, só pode ser. Depois, percebe que não é sonho não. Enquanto ela dormia, o mundo ficou subitamente preto, branco e cinza. A menina corre para contar à mãe. As duas correm para o consultório do médico. Os olhos do leitor acompanham essa corrida, deslizando pelas paisagens oníricas, monocromáticas, criadas pela argentina Anebella López.

A menina não enxerga mais as cores e terá que começar a apreciar o que antes nem notava: a expressão intensa do preto e branco, dos infinitos tons de cinza.

Essa é a primeira história para o público infantil do carioca Marcelo Moutinho, elogiado autor das coletâneas de contos “A Palavra Ausente” e “Memória dos Barcos”. A parceria com Anabella López rendeu uma bela fábula sobre perda e adaptação.

Os pequenos leitores mais perspicazes logo notarão que a súbita perda da capacidade de perceber as cores pode ser desdobrada em muitas analogias, podendo de referir a qualquer handicap. 

Em preto, branco e cinza

Um dia, a menina acordou e viu tudo cinza, preto e branco. Pensou que estava sonhando, mas os sonhos têm cores. Bom, deduziu que deveria ser um pesadelo, pois os pesadelos são assim, como um dia de tempestade carregado de cinza, branco e preto. Mas até os pesadelos tinham cor. Ela se olhou no espelho e não viu mais cor nenhuma. Nada mais tinha a cor de antes e tudo parecia ter perdido a graça. A mãe correu para levá-la ao médico. Mas o doutor disse apenas para dormir e descansar. Não adiantou nada: a menina não voltou a enxergar o mundo colorido.

Só que outra transformação havia acontecido naquela noite: ela não tinha mais medo. Pois havia descoberto que teria (e poderia), dali para a frente, colorir o mundo do seu próprio jeito.

Nessa história singela do livro A Menina Que Perdeu as Cores, com belas ilustrações de Anabella López, há muito o que se pensar. Não tem dias em que a gente acorda e parece que o mundo não tem graça? Ele fica meio assim preto e branco e cinza. Parece tudo triste, da cor das lágrimas, da cor do luto, da cor do vazio (o vazio tem cor?!). Então, você descobre que, às vezes, o mundo é assim mesmo, meio acinzentado. E que os únicos que podem fazer ele ficar mais alegre e colorido somos nós mesmos. Basta pegar o pincel da coragem e pintar o dia cinza.

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