Crônicas

As ruas de Loredano

Quem circula pelo Rio de Janeiro, sobretudo pelo Centro, certamente já esbarrou com o caricaturista Cássio Loredano. Cássio é o típico andarilho – ou flâneur, se quisermos nos valer de um termo mais frufru. Alérgico a automóveis, que qualifica como “células cancerígenas no organismo urbano”, chega a atravessar bairros inteiros no esquema pé ante pé, ..

Pedindo passagem

Ao ter o nome mencionado por Tomaz Miranda, que dedicara a ele o show, Alfredinho do Bip passou a ser aplaudido de pé por toda a plateia do Teatro Rival. Foram quase cinco minutos ininterruptos de ovação. A homenagem se justificava. Não só pela obstinação de Alfredinho em manter o Bip Bip como espaço de ..

Entendeu, Pedro Bó?

Acontece sempre que tenho certa intimidade com o interlocutor e me vejo diante de uma indagação tola. Depois de explicar tintim por tintim o que já era por demais óbvio, saco a pergunta retórica: “Entendeu, Pedro Bó?”. Costumava funcionar. Mas ultimamente tem sido cada vez mais frequente receber, de volta, olhares espantados, como se falasse ..

Conversas de táxi

Rua Frei Caneca / Avenida Marechal Câmara No engarrafamento de quase uma hora, tento ler o jornal. Em vão. Primeiro, o motorista tenta me mostrar, em seu celular, o vídeo de um acidente de moto. “Foi horrível”, diz, empolgado. Recuso. Na sequência, disserta sobre crianças moradoras da rua, que passam próximo ao carro. Segundo o ..

Sonhos feitos de brisa

Quando recebi a notícia da morte de Fernando Brant, na sexta retrasada, havia acabado de sair de uma aula voltada para pais de primeira viagem sobre cuidados elementares com o recém-nascido. A rapidez da passagem entre as duas imagens – o barro da vida ainda em formação, o fim inexorável – me causou espanto, como ..