Mesmo com meu Flu fora da parada, fui ao Maracanã na decisão do último Campeonato Carioca. Com aquele orgulho mais essencial – o que nasce do pertencimento-, vesti minha velha camisa de listas azul, amarelo e grená e engrossei o coro que, embalado pelos agogôs imperiais, incentivou o escrete do Madureira contra o poderoso Botafogo ..
1. Ai de mim, Copacabana, já passada a véspera do teu dia, inabalado mesmo após a crônica do Rubem, porque não te abalas com prenúncios de literatura, posto que a riqueza de teus poemas se esconde em versos pobres como os que rimam miss e meretriz. 2. Ai de mim, Copacabana, que no seio da ..
Entre os velhos gordos travestidos com os vestidos das próprias mulheres, o palhaço errante com a lata de cerveja na mão, a moça que beijava o rapaz de modo tão sôfrego quanto falso, entre as bocas que ali davam o primeiro dos tantos beijos que dariam nos dias que seguiram, entre vendedores de bebidas e ..
As lentes cinematográficas da modernidade Em “Vida, o filme”, publicado há pouco mais de dois anos, o historiador Neal Gabler provocou polêmica ao descrever, valendo-se de casos como a morte da princesa Diana, a progressiva transformação do cotidiano em espetáculo. Gabler analisa os mecanismos que teriam nos transformado em híbridos protagonistas/espectadores de um show que ..
Grotescos palhaços, grande troça do sublime ’I Clowns”, documentário com tintas ficcionais dirigido por Fellini em 1971, provocou um levante nos picadeiros italianos. A produção recebeu duras críticas dos profissionais do circo, principalmente devido à seqüência na qual o historiador Tristan Remy questionava a razão de fazer um filme sobre uma arte “em extinção”. O ..